segunda-feira, 29 de abril de 2013

Infinito, Amor, Irmão


Por um momento fiquei com tanto medo porque pensei que fosse afogar, mas quando consegui senti suas mãos nas minhas costas, sabia que podia confiar e então comecei a flutuar. É um pouco estranho confiar tanto em alguém ao ponto de deixar ele te ensinar algo que não sabe. Inexplicavelmente essa confiança surge em mim quando estou perto de você. 
Preciso dizer que essa confiança vai muito além de uma "tibumgada" no rio e, não estou falando do dia que fechei meus olhos e te deixei me guiar pelas ruas. Oque quero que saiba é que tão grande é minha confiança que não vejo necessidade de te ligar todos os dias e ficar te mandando mensagens para parecer que lembro de você, porque lembro e pronto. Sei que você também lembra. 
E é claro que sinto sua falta nas minhas manhãs, que sem dúvidas foram as melhores, nas nossas tardes nos passeios da vida até chegar a noite, só as estrelas sabem o quanto estávamos realmente felizes. 
Minha vontade era de começar colocar aqui todas as minhas lembranças que me fazem rir do nada, fazendo com que as pessoas se perguntem porque eu tô rindo sozinha, mau sabem que estou rindo das minhas melhores lembranças. Na verdade muitos sabem de nossas histórias, porque são as únicas que saio contando pra todo mundo.
Enfim, o texto é pequeno porque tentar explicar oque sinto por você seria infinitamente grande. Mesmo que hoje é você quem está completando mais um ano dessa vida alegre que temos quando estamos juntos, vale lembrar do meu aniversário, só pra deixar claro que o primeiro pedaço vai para quem eu amo e o segundo pra quem eu não quero perder: você! 
Eu te amo.


P.S: dançarei mulher roleira quantas vezes for preciso!

sábado, 26 de janeiro de 2013

- Dói?
- Dói quanto?
- Tente enumerar então.
- Tente apertar minha mão;
- Vamos, tente...
- ...
- Tem razão, dói muito!

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A pessoa mais corajosa do mundo

De uma doce calma ela vive seus dias. Quando acordo, olho para a outra cama e percebo que é a pessoa mais linda que já conheci em toda a minha vida. Quando conversamos e discutimos percebo que tenho vontade de que todos meus primeiros pedaços de bolo sejam dela. Me vem algumas lembranças, como o dia que meus olhos encheram de lagrimas ao vê-la ali caída em cima de um lajedo, queria pega-la no colo e tirar a sua dor, aquilo não poderia está acontecendo , era a primeira viajem que fazíamos juntas.
Mesmo sendo alguns dias mais nova, ela amadureceu primeiro e senti como se não pudesse cuidar mais dela..
Felizmente, a medida que o tempo passou, esse cuidado se tornou recíproco. E eu fui tão privilegiada, tive a presença dela nos momentos mais felizes da minha vida, ou talvez foram os mais felizes pela sua presença. Incontáveis vezes foia minha vontade de chegar logo em casa para poder lhe contar os acontecimentos. Da mesma forma foi quando ficamos longe, quando ela foi pra São Paulo passar as férias, estávamos tão longe, mas a sentia tão perto.
Tudo deu errado, não foi como esperávamos, porém, melhor do que esperávamos. Unimos nossas forças e prometemos nos ajudar. 
Só que eu fui me descuidando a medida que precisava de cuidados e ela não podia dá. Paramos em mundos tão próximos e tão diferentes. Perdi meus melhores cafés da manhã e da tarde, minhas longas caminhadas e minha melhor companheira de sala. Por isso a magoei exigindo que ela conseguisse compartilhar a minha vida, do meu jeito. 

É Na, se eu pudesse ter escrito no blog no dia de seu aniversário, se eu pudesse ter estado na hora da correção de suas provas vibrando e chorando com você, eu nem acredito que não segurei sua mão na hora da tatuagem e ainda nem vi como ela ficou.
Como posso ter me perdido de você assim?!
Quando você nasceu, Deus já tinha me dado a vida para cuidar de você.
Acho que não tenho feito isso muito bem.
Por fim, queria te dizer que quando olho aquelas plaquetinhas na parede, eu te vejo, e percebo a pessoa maravilhosa que você é, e que minha lista de pessoas que eu sou fã é um pouco maior, com toda certeza seu nome sempre esteve lá. Também quero te pedir desculpas pelas pressões psicológicas nos momentos tensos e saiba que tem minha admiração em qualquer de suas escolhas, mas isso não significa que não vou me entrometer. 
Você vai conseguir oque desejas, eu sei que vai!
Eu te amo, e te amo muito.
Minha melhor prima

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Minha Bio

Que não pareça clichê. Mas, eu não escolhi a Biologia, foi ela quem me escolheu. Passei  a minha vida pensando em centenas de coisas que poderia ser quando crescer (tá bom, ficar mais velha); meus sonhos nunca tiveram limites, foi muito além de tudo que estava próximo de mim, eu sempre acreditei neles e por tanto tempo não tive dúvidas de que se tornaria todos reais. Só que finalmente a gente "cresce", infelizmente se depara com a triste e difícil realidade. Mas ainda podemos esperar muito para ver oque acontece no fim da história, por enquanto vou adiantando logo o início das minhas primeiras escolhas...

-Bailarina.

-Porquê não mãe? quero fazer balé! Olha como fico na ponta dos pés?!!!
Foi minha primeira e sábia profissão. Quando criança tinha a sensação que um dia seria capaz de voar, e toda vez que via aquelas mulheres com passos tão leves, saltidando, achava eu que a qualquer momento elas iriam alcançar um voo, flutuando no ar como uma borboleta. É certo que eu também assistia muito desenho de princesas para tal imaginação, mas não deixou de ser uma boa profissão, foi esse meu primeiro pensamento talvez improvável é claro de querer ir longe.

Devo ter passado muito tempo mesmo  assistindo televisão, me recordo como se fosse hoje de meus desenhos, aqueles rabiscados no papel, odiava desenhar com lápis de cor sempre gostei do lápis cinza normal e foi com eles minha primeira arte na velha e boa folha de caderno de desenho, estava perfeito era o Pokemon mas bem feito que eu já tinha visto. É estranho isso mas a medida que vou escrevendo vou lembrando daquele rabisco, o Ash , Misty e Pikachu, vou vizualizando cada detalhe dos três juntos andando... A partir daí eu tinha certeza que queria desenhar. Não quero imitar o Pequeno Príncipe mas assim como no livro fui desacreditada do meu potencial, continuei tentando até quando tudo começou a se complicar e assim meus lápis e cadernos foram todos para dentro do velho balaio. 


Nunca diminua um potencial que uma criança acha que tem isso me custou anos de dúvidas sobre oque eu faria um dia na vida. Já estava prestes a completar 14 anos e não chutava nem uma opção se quer, nessa época eu pintava muito, quase nunca falo sobre esse período de minha vida, talvez não fosse interessante falar para os outros que eu passava a tarde inteira quando chegava da escola pintando panos; o melhor é que nunca tinha entrado em nenhum curso ou sei lá oque de pintura, certo dia apenas pedi para minha mãe que comprace tintas e alguns pincéis, agradeço a ela hoje por ter agreditado no meu futuro talento. Então comecei a pintar, como não fazia nenhum curso achava que todos criticariam minhas pinturas até que uma vizinha chegando na minha casa viu uma e pediu para que eu fizesse um pano de prato pintado para ela, depois disso me tornei vendedora de panos com pintura, saiam melhor que a encomenda, todos bem pintados e com boradados de crochê que eu mesma fazia.

Essa sim foi minha primeira profissão remunerada.

É primeiro ano, aquele ano que professores e pais começam a perguntar oque queremos fazer quando terminar o ensino médio. Poxa, era tão difícil de entender que eu ainda não tinha escolhido direito?! passou tanta coisa na minha cabeça, eu assistia um filme e pensava uma coisa, lia um livro e mudava de opinião. Quando minha irmã passou no vestibular ela começou a conversar mais comigo sobre isso, assim tive mais dúvidas ainda, decidi que faria o vestibular para publicidade.

Nesse meio tempo mudei de ideia.
Me irritava ouvir a professora perguntando enquanto um respondia de um lado "quero fazer medicina" e do outro "direito" aí vinha o resto quase todo a turma "enfermagem". E você Isa vai fazer oque? (como se fosse bem fácil querer e poder), "Vou ser cabeleleira, assim como meu irmão!" foi inevitável o olhar de esnobe  da professora que depois disso quase não parou de repetir o que quase todo mundo já dizia, aquele papinho de que eu era uma menina inteligente, que deveria tentar fazer outra coisa e blábláblá.

Esse dia é importante, repare, foi minhas primeiras manifestações relacionadas ao meio ambiente.

Era tarde, quase escurecendo e eu e meu amigo (do qual eu tinha muito orgulho por ele querer fazer gastronomia) estávamos sentados em frente a minha casa falando justamente sobre oque iríamos fazer da vida, logo percebemos que havia um cano quebrado na rua e encostamos perto daquele poço de água que ficou na rua, a água estava tão cristalina que nos perguntamos se ela tava vindo mesmo do cano ou era das profundezas da terra. Realmente a água estava divina, com aquela cara de que mataria a sede de qualquer um. Meu amigo olhou pra mim e começou a falar que tanta gente daria tudo para tomar uma água daquela e eu concordava fazendo complementos a fala dele; Foi quando pegando um pouco de água com a mão ele olhou pra mim e disse: -Vai?
Bebemos aquela água que tava na rua como se fosse a última de nossas vidas, falando agora me dá vontade de rir e ao mesmo tempo de chorar, a gente pegava a água com mão e levava a boca sem se importar com qualquer coisa de contaminação. Diante desse acontecimento nos revelamos "ecologicamente corretos", e eu iria fazer engenharia ambiental. Só que meu amigo empolgava, não podia passar em frente a um mato que ele queria me fazer comer.

Certamente o 1ª ano, foi o melhor ano de escola.


p.s: Não vou falar aqui sobre o sonho de fazer Moda.

Mudei de escola, mudei de cidade e mudei de profissão. Lá vai eu seguindo os conselhos do meu pai, fazendo um curso técnico em enfermagem. 

Nunca pensei que gostaria tanto. A primeira aula do curso, tudo sobre Florence Nightingale, aquela mulher era fantástica e eu queria poder um dia ajudar os outros como ela. Continuei no curso e meu primeiro contato com a profissão foi apaixonante, era tudo muito corrido no hospital mas sempre dava tempo de ouvir aquelas vozes que gritavam de longe agradecendo enquanto a gente corria para atender outro paciente. Então eu realizei tantos sonhos de uma vez só, me tornei uma artista. Praticava a arte do cuidar.  Queria ir mais longe, queria a arte do curar. Assim meus fins de ensino médio eu já tinha uma profissão, eu iria ser médica, ou melhor oncologista (um dia comento sobre esse desejo).

Ninguém tirava mais isso da minha cabeça.

Fiquei sabendo que para passar em medicina precisava saber muito sobre biologia, comecei a estudar biologia, comecei a gostar tanto que era a única matéria que eu estudava, tirava as melhores notas nas provas que todo mundo considerava difíceis, eu aprendi biologia. 
No fim do ano não me senti totalmente preparada para fazer o vestibular para medicina e coloquei Biologia como uma das opções, oque surpreendeu a todos. Na verdade foi aquele impulso, aquela vontade de ser aprovada em algo junto com o medo a frustração de ser reprovada.

Antes de começar a cursar Ciências Biológicas tinha voltado a estudar para fazer outros vestibulares, minha mente ia se abrindo a medida que eu estudava e conversava com minha irmã, acabei através dela tendo muito contato com acadêmicos doutores que me proporcionaram uma outra visão de muita coisa. Passei a ler livros diferentes ou os mesmos com um outro olhar e minha mente ia se abrindo cada vez mais. Comecei a ser contra muita coisa e ser "capaz de tremer de indignação a cada injustiça cometida no mundo" Che Guevara. Estava a ponto de prestar o vestibular para Ciências Sociais.


Entrei no curso de Biologia.

Hoje dia 3 de setembro do 2012, dia do biólogo. Me sinto muito feliz e é inexplicável a forma como me apaixona cada dia mais pela Biologia, ela que explica tudo desde o início de uma vida ao equilíbrio de todas. Aos poucos fui descobrindo que existe outras formas de chegar onde eu quero e uma delas é estudando biologia.

Não sei como será o fim da história, mas desde já agradeço a Minha Bio, por me fazer acordar todos os dias muito cedo mas satisfeita por saber que cada dia é um passo a mais para me tornar uma bióloga. Sempre achei muito bonito quem sabe oque quer ser da vida, mas acontece que raramente  a gente realmente sabe, podemos achar, mas é depois de experimentar que podemos ter um pouquinho de certeza, como a que eu tenho agora.

sábado, 4 de agosto de 2012

Acima de mim



Deitar e apenas olhar para o teto ... lembro-me que quando criança contava as telhas para que o sono viesse, nunca conseguia contar carneirinhos, sempre me apeguei ao real tentando fazer dele o imaginário. Brincávamos de quem conseguiria adivinhar  onde o outro estava lendo tal nome, olhando pra cima eu sempre lia o nome na telha, assim todos começaram a adivinhar onde eu estava lendo, um dia eu perguntei  quem sabia onde eu estava lendo “telha” ninguém adivinhou, porque na verdade eu estava fazendo uma leitura de signo não verbal  (imagem), isso marcou minha criatividade.
Essas telhas me viram crescer, contemplaram minhas variadas expressões de quando ia me deitar, essas que representam como foi o nosso dia. No ano de 2009 as 00:00 do dia 12 de setembro, meu telhado viram meus olhos abrirem com um susto e o sorriso na minha boca, desesperada levantei e abri a porta, vi uma das cenas mais bonitas da minha vida que até hoje não saiu da minha cabeça, eram meus amigos acompanhados do som de um violão e barulho de estouros de bexigas, as vozes quase não saindo de tanto que sorriam e gritavam ao mesmo tempo em um refrão que dizia assim:
Alguém está batendo na portinha do seu coração, laiá, laiá, laiá, laía ... Ô Isa, abre a janela queridaaaaaaaaa... que a serenata que eu façoooooo... é dedicada a você!”
Naquela noite eu completava 15 anos.
Certa vez apareceram morcegos no teto, eu e meus amigos planejamos como os tiraríamos de lá, estava iniciado a “caça aos morcegos”, todos embrulhavam-se com toalhas, exceto um de nós que se embrulhou com uma rede, treinamos antes de entrar onde os morcegos estavam,  combinamos que quando eu dissesse “olha o morcego” todos abaixariam. O resultado é que os morcegos no telhado nos causaram muitos gritos e risos, até o meu pai dar um jeito e os tirar de lá.
Teve uma noite que de tão cansados eu e meu amigo deitamos e olhamos para o telhado, eram 22:00h e desde as 13:00 estávamos fazendo um trabalho para entregar no dia seguinte, com a cabeça cheia e a barriga vazia dávamos risadas e um falava pro outro oque no momento via no teto, eu certamente só conseguia ver muita comida, ele imaginava sanduiches caindo sobre nós, ao lado tinha um ventilador velho, meu amigo o girou falando que era uma roleta e juntos começamos a bater palma e ao invés de pedir mil reais pra Priscila e Yudi pedíamos comida. Eu nunca senti tanta saudade dos trabalhos de escola.
No fim do ano estávamos a um passo para nos tornarmos mais responsáveis, talvez não todos os meus amigos que compartilhavam aquele momento, mas de certa forma sabíamos que muitas coisas mudariam; naquela noite fizemos uma noite do pijama, a última que fizemos com todos juntos. Depois de muitos risos e segredos revelados, debaixo do meu telhado abraçávamos e prometíamos não nos separar; não sei dizer oque aquela noite representou pra mim, mas sei que ainda choro quando me lembro dela.
Hoje deitada olhando para o telhado que não sei se posso chamar de meu, começo a lembrar desses acontecimentos. No momento o telhado está acima de uma moça um pouco criança, mas um tanto responsável, que já não dorme mais toda noite debaixo desse telhado na casa dos pais, tem uma vida corrida e mal senta pra escrever textos a não ser redações e projetos, ela se veste diferente e sabe disso quando olha as fotos, fotos marcam a nossa mudança física; também ler alguns textos antigos que escrevia sobre oque achava da vida, pensamentos escritos marcam como as ideias mudam ao longo do tempo; seu telefone toca, são seus colegas da universidade, novos amigos demonstra novas características; ouve um grito lá fora e barulho de pessoas que já entram em seu quarto como se fossem de casa, a permanência dos velhos amigos, mostra que não perdemos a essência.  

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O dia pacífico em que passei na cama

Com uma xícara de "chocolate quente" na mão, sentada na cama, cobertas nas pernas e computador no colo, o filme vai passando e eu lembrando que ainda tem mil coisas pra fazer, mas está tao frio, bem aquele friozinho que atravessa a roupa de leve e que a gente precisa se encolher toda no cobertor. Continuo com meu filme, havia tempos que nao parava para assistir filmes, principalmente de romance, parece que quando está frio ficamos mais carentes, daí que me veio a vontade de assisitr; pensamentos começam a me incomodar. Olha eu como estou, em pleno São João, grande feriadão, e estou aqui sozinha com uma xícara na mão, jamais pensei que isso fosse acontecer por tão cedo; sinto que já não tenho amigos no sentido exato da palavra, já não peço mais ajuda a minha família e isso faz com que todos se afastem cada vez mais de mim, tento conversar com alguém para apenas distrair nem é para desabafar, mas acho que as pessoas adivinham o meu estado de espírito depressivo.


Me convenso logo que isso é bobagem e que tem muita coisa a fazer, começo resolvendo a lista interminável de exercício de bioestatística, e minha cabeça dói ao lembrar que tem mais três listas de outras disciplinas a ser feitas. Amanhã nem terei tempo mesmo para pensar nisso. No fundo, tudo está apenas acumulando. Assim eu vou vivendo, ou deixando de viver.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Eu... Enquanto você

Escuto Red Hot Chili Peppers, enquanto você faz seus intermináveis trabalhos; sempre achei essa música que estou ouvindo linda em todos os sentidos da palavra, você diz que não tem paciência para ouvi-la, por ser uma música um tanto longa. E eu acabo achando que você deve está usando a música como metáfora. Entro em seu quarto mexendo com a cabeça e balbuciando "californication" mas sua concentração exagerada nas coisas não permite que você perceba, vou encostando mais perto e sento atrás de você, você percebe meu cheiro mas não é capaz de olhar, sabe que mesmo não querendo vai se distrair; começo a passar as pontas dos dedos na sua orelha e você aperta uma mão na outra como se quisesse me avisar que está ocupado, mas você faz isso sempre e qual a vez que já funcionou comigo Ernesto?

Continuo a te incomodar... até você conseguir ouvir a música que estou ouvindo e dizer que odeia a palavra "californicação", e na mesma hora eu digo: Se você deseja estes tipos de sonhos isso é californicação. Não adianta mais conversar comigo sobre isso, você sabe; então pega sua calculadora e começa a me irritar a forma como você faz parecer que só tem ela e você dentro do quarto. Tento encostar mais um vez perto de você, mas você abaixa a cabeça começando a riscar suas contas no caderno, é o momento que eu saio brava do quarto. 

Pego meu "Diário de Anne Frank" e começo a ler, adormeço com uma ideia tola de querer ser diferente do que sou. Começo a sentir falta de ar e assusto com  você olhando pra mim, em apenas um leve toque no meu cabelo você consegui me fazer esquecer que tava com raiva, depois de trocar nossos olhares mais profundos, pergunto oque aconteceu, você fala rindo que fiquei com falta de ar por tá com nariz entupido e com a boca fechada chupando a língua quando durmo e termina dizendo que ninguém chupa a língua tão bem e tão linda. Não gosto que fala assim, fico toda constrangida pois odeio esse meu habito, me viro te dando as costas e você diz no tom mais suave possível " Eu preciso mais do que eu mesmo neste momento".

Me viro pra você e começo a te olhar, sem conseguir deduzir se você realmente quer oque quero. Você me beija enquanto eu digo que odeio sua calculadora. Isso é não é californicação!