terça-feira, 22 de maio de 2012

Eu... Enquanto você

Escuto Red Hot Chili Peppers, enquanto você faz seus intermináveis trabalhos; sempre achei essa música que estou ouvindo linda em todos os sentidos da palavra, você diz que não tem paciência para ouvi-la, por ser uma música um tanto longa. E eu acabo achando que você deve está usando a música como metáfora. Entro em seu quarto mexendo com a cabeça e balbuciando "californication" mas sua concentração exagerada nas coisas não permite que você perceba, vou encostando mais perto e sento atrás de você, você percebe meu cheiro mas não é capaz de olhar, sabe que mesmo não querendo vai se distrair; começo a passar as pontas dos dedos na sua orelha e você aperta uma mão na outra como se quisesse me avisar que está ocupado, mas você faz isso sempre e qual a vez que já funcionou comigo Ernesto?

Continuo a te incomodar... até você conseguir ouvir a música que estou ouvindo e dizer que odeia a palavra "californicação", e na mesma hora eu digo: Se você deseja estes tipos de sonhos isso é californicação. Não adianta mais conversar comigo sobre isso, você sabe; então pega sua calculadora e começa a me irritar a forma como você faz parecer que só tem ela e você dentro do quarto. Tento encostar mais um vez perto de você, mas você abaixa a cabeça começando a riscar suas contas no caderno, é o momento que eu saio brava do quarto. 

Pego meu "Diário de Anne Frank" e começo a ler, adormeço com uma ideia tola de querer ser diferente do que sou. Começo a sentir falta de ar e assusto com  você olhando pra mim, em apenas um leve toque no meu cabelo você consegui me fazer esquecer que tava com raiva, depois de trocar nossos olhares mais profundos, pergunto oque aconteceu, você fala rindo que fiquei com falta de ar por tá com nariz entupido e com a boca fechada chupando a língua quando durmo e termina dizendo que ninguém chupa a língua tão bem e tão linda. Não gosto que fala assim, fico toda constrangida pois odeio esse meu habito, me viro te dando as costas e você diz no tom mais suave possível " Eu preciso mais do que eu mesmo neste momento".

Me viro pra você e começo a te olhar, sem conseguir deduzir se você realmente quer oque quero. Você me beija enquanto eu digo que odeio sua calculadora. Isso é não é californicação!


terça-feira, 8 de maio de 2012

Sou toda parte que me faz todo

Fecho os olhos para enchegar melhor o que sou, mas sou mulher de pensamento confuso, ora penso de um jeito e ora até procuro oque pensar, acontece muito quando me deito. Gosto de falar ao celular antes de dormir e depois relembrar se for o caso da conversa ter sido produtiva e agradável.

Ando necessitando de acordar cedo e faço isso muito bem. Não sei que nome dar a isso mas acredito em uma força (Deus) que me acorda todos os dias, gosto que ele me acorde no horário certo. Tenho espécie de rituais e costumes, sigo uma sequência quase perfeita de quando acordo até quando deito. Se ocorrer mudanças sinto que preciso de uma novo recomeço, eis o motivo porque odeio mudar horário de estudo.

Dou valor a coisas pequenas e inúteis para muitos, como um copo que tem na casa dos meus pais, e não posso beber em outro. São objetos que se tornam simbólicos por algum motivo e eu penso que na ausência deles tudo vai ta errado. Não abro mão dos meus objetos antigos que tiveram grande significado, possuo um teclado velho e com um som horrivel, mas não penso em me desfazer dele, também não penso em comprar outro porque estaria deixando de lado o que simboliza anos de tentativas, erros e acertos de notas.

Admiro todo tipo de instrumentos, mas oque me cativou foi o órgão. Sou musicista e toco propositalmente o órgão, tenho a prática e a teoria e adoro cantar em notas porque sei ler partitura, não estou sendo nem um pouco modesta nessa parte, porque é uma das coisas que mais admiro em mim, leio dois pentagramas de notas e claves ao mesmo tempo, e consigo fazer sintônia, harmonia e ritmo com contralto, baixo, tenor e soprano em um único instrumento. Já toquei muito e tive a oportunidade  de ver muita gente chorar de emoção enquanto eu tocava. Hoje em dia quase não toco e tenho medo de perder meu dom.

Não tenho pavor a nenhum ritmo desde que a letra me agrade, porém o ritmo certo tem que vim na hora certa. Um exemplo? Jamais colocaria um fone de ouvido pra ouvir funk. Se algum dia me encontrar com fone no ouvido e apenas observando, provavelmente estarei ouvindo Geraldo Azevedo; mas se me encontrar balançando a cabeça e mexendo os lábios e eu naõ estiver com um livro (tenho esse habto horrivel de ler mexendo os lábios) estarei viajando na letra de Racionais, não se parece muito com meu jeito, mas fico bestificada (essa palavra existe?) com a capacidade de quem faz rap.

Gosto de livro tanto quanto de música. Cada livro me inspira de uma forma, sou machadiana e faço coleção dos livros de Machado de Assis, não é de se estranhar pra quem leu O príncipe de Maquiavel com primeiro livro da vida. Fico feliz por ter lido O pequeno principe antes dos 20 anos. Sou muito utópica, acredito na luta de classe e sonho com o dia que ninguém será superior a ninguém.

Odeio shopping, me irrita a ideia de consumo exarcebado, o típico tipo de pessoas que o frequentam. Também não me interesso muito por cinema, prefiro assistir um filme em casa e principalmente sozinha. Quando estou sozinha tenho o hábto de arrumar a casa e fazer coisas diferente para comer. Falando em comida sou vegetariana ou "pseudovegetariana" chego a comer carnes em lugares estranhos para não parecer fresca. Não comentarei aqui meus motivos de seguir essa dieta. Estou com um vício enorme em beber café ao mesmo tempo em que tento deixar a Coca-cola, pois sou do tipo "pobre" como diz minha amiga, que abro a geladeira pra beber aguá mais se tiver Coca é ela que eu bebo.

Sonho em fazer medicina, estou lutando para realizar, quero ser oncologista, tenho meus motivos para isso e são os mais nobres possiveis. Pratico a arte do cuidar e a faço com muito amor, sou tecnica em enfermagem, já vi muita coisa, passei por alguns apuros, e foi e é tudo muito gratificante. 

Conheço muita gente, sou de cidade pequena onde tenho que andar de sorriso no rosto se não falam que a filha de Ritinha mais Bequinha ficou metida. Mas desse contingente de pessoas que falei muitas são apenas conhecidas, algumas colegas e poucas amigas. Tinha vontade de ir morar longe, mas quando me dei de cara com a oportunidade tive vontade de voltar. Irei se for preciso.

Sou família, mais de um jeito estranho porque não sou puxa-saco de ninguém. Tenho duas irmãs e um irmão pareço com todos e com nenhum. Menti sou muito puxa-saco de meu irmão ele é foda! 

Está vendo, pode ser tudo mentira oque eu escrevi. Eu gosto de testar confiança.